Cientistas chineses descobrem crânio de 300 mil anos de hominídeo diferente de qualquer outro já encontrado
Conjunto de ossos foi achado junto a mandíbula de um ancestral humano sem nome que morreu quando tinha entre 12 e 13 anos de idade. Descoberta, se confirmada, pode reformular nossa compreensão da ancestralidade humana.
Cientistas da Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês), juntamente com pesquisadores de outras instituições acadêmicas, fizeram uma descoberta inédita que, se confirmada, pode reformular nossa compreensão da ancestralidade humana.
Publicado na revista científica "Journal of Human Evolution", o estudo revela evidências de uma linhagem humana desconhecida até então, distinta dos ramos que levaram aos neandertais, denisovanos e humanos modernos (Homo sapiens).
A descoberta gira em torno de um conjunto de ossos -um crânio e uma mandíbula-, datado de 300.000 anos atrás, diferente de qualquer fóssil humano pré-moderno previamente conhecido.
Encontrado na região de Hualongdong, no leste da China, em 2015, junto com outros 15 espécimes do período do Pleistoceno Médio (entre 82.800 a 355.000 anos atrás), o conjunto de um ancestral humano sem nome que morreu quando tinha entre 12 e 13 anos de idade, denominado HLD 6, foi submetido a uma avaliação morfológica e geométrica recentemente.
Com isso, os pesquisadores conseguiram constatar uma anatomia “inesperada” do conjunto que não se encaixa em nenhum grupo taxonômico atual.
Ao comparar a mandíbula do HLD 6 com as de hominídeos (grupo que engloba os humanos e os nossos ancestrais extintos) do Pleistoceno e humanos modernos, os pesquisadores descobriram então que ela possui características de ambos.
Enquanto sua estrutura facial se assemelha à da linhagem humana moderna, que se separou do Homo erectus há aproximadamente 750.000 anos, falta-lhe um "queixo verdadeiro", o que o relaciona a espécies mais antigas, como os denisovanos, que se separaram dos neandertais há mais de 400 mil anos e que também não tinham um queixo típico como o nosso.
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"Essa mistura de características humanas arcaicas e modernas na mandíbula do HLD 6 é surpreendente, considerando sua idade do final do Pleistoceno Médio, e difere daquelas encontradas em membros contemporâneos do gênero Homo, como Xujiayao, Penghu e Xiahe", disseram os pesquisadores no estudo.
Por isso, os cientistas acreditam que o HLD 6 pertence a um grupo único, ainda sem nome e com características humanas modernas. Segundo os autores do achado, porém, mais investigações arqueológicas precisam ser feitas para confirmar com precisão essa evidência que pode redefinir a nossa compreensão sobre a linhagem humana.
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